Os Oceanos, Um Património para o Futuro A última década do nosso século será marcada pelo grande debate
sobre as modalidades de integração do espaço oceânico e dos seus recursos no
desenvolvimento sustentado do planeta. Face à crescente e intensiva exploração dos
recursos e do meio marinho, torna-se urgente evitar a ameaça de uma destruição
acelerada do formidável potencial de vida e de recursos, decisivo para o equilíbrio
ecológico global. Por isso, o tema da Exposição de 1998 foi "Os Oceanos, Um
Património para o Futuro".
A noção de património foi entendida em dois aspectos -
por um lado, tratava-se de valorizar os bens físicos e culturais oferecidos pelos oceanos
e, por outro, estava directamente ligada à ideia de conservação e de responsabilidade
face às futuras gerações. Deste modo, o discurso da exposição, que pretendeu
configurar um novo modo de reflexão numa base científica e ética sobre as perspectivas
do futuro, foi articulado em diversas categorias, que se integraram em cada um dos
subtemas propostos:
Como fio condutor, o tema da EXPO'98
transmitiu a unidade entre os Pavilhões Temáticos e dos participantes, oficiais e não
oficiais, tendo estado representado, quer nos espaços públicos, quer na actividade
cultural realizada no Recinto da Exposição. Deste modo, o tema esteve sempre presente em
qualquer local do Recinto.
Conhecimento dos mares,
recursos dos oceanos
- Da costa para o largo, da superfície para as grandes
profundidades
- As evoluções naturais
- As redes de vida nos ecossistemas marinhos
- A dinâmica das correntes e a zona litoral
- A deriva dos continentes e a formação dos fundos marinhos
- Os recursos tradicionais (vivos e não vivos)
- Os recursos do futuro (energias renováveis). Vigilância (monitoring)
do mar e troca de conhecimentos
- Oceanos e desenvolvimento (A empresa marinha do século XXI,
conhecimento e know-how)
- O papel da cooperação internacional
Os oceanos e os lazeres
- Democratização do oceano lúdico e dos lazeres
- Turismo de massas e turismo cultural
- Os novos "povos" do mar: Argonautas, Neptunos e
Ícaros
- A tecnologia e os desportos aquáticos: os novos materiais
- Sonhos e evasões: cruzeiros e paquetes
- Os safaris marinhos : parques e reservas submarinas
- Arqueologia subaquática
Os oceanos e o equilíbrio
planetário
- Oceanos e mudanças climatéricas (previsão e impactos)
- Distribuição e fusão dos gelos polares
- As catástrofes naturais
- O estado de saúde dos oceanos: a poluição dos mares
- A gestão integrada das zonas costeiras
Os oceanos, fonte de
inspiração artística
- O Mar, paisagem dos pintores (A pintura)
- Os barulhos do mar e os cantos do homem (humanos)
- A representação do medo e dos medos marinhos (A religião,
os mitos)
- A forma das ondas (A escultura)
- As marés cheias e o sopro que anima o corpo (A dança)
- O mar em cena
- A iconografia popular (Ex-votos e artesanato)
- O mar dos poetas e o oceano da História (A literatura, a
História)
- O mar que afasta, o labirinto dos oceanos (A ópera)
Música Oficial
Pangea, a única massa terrestre que existia no planeta antes da
deriva dos continentes e da sua definitiva separação, é o nome da música oficial da
Exposição. Na opinião do seu compositor, Nuno Rebelo, esta é uma «música de
encontros»: de culturas, de diferentes instrumentos musicais - tradicionais, oriundos de
várias partes do mundo e de orquestra, de interpretações pessoais dos músicos que nela
colaboraram. A guitarra portuguesa é, nestes «encontros», uma presença manifestamente
importante.
Logotipo
O logotipo da EXPO'98 simboliza o Mar e o Sol. Foi
concebido por Augusto Tavares Dias, então director criativo de uma agência de
publicidade, que venceu o concurso lançado em 1993 e para o qual foram apresentados 1288
propostas, tendo o processo de selecção decorrido entre Abril e Junho de 1993.
Mascote
O Gil foi a mascote oficial da EXPO'98. Concebida pelo
pintor António Modesto e pelo escultor Artur Moreira, foi seleccionada de entre 309
projectos. O seu nome evoca um grande navegador português (Gil Eanes que dobrou o cabo
Bojador em 1434). De entre 765 propostas, o nome que acabaria por ser escolhido veio da
Escola do Ensino Básico de Barrancos, pela mão do aluno José Luís Coelho.
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